A Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), pilar fundamental da segurança pública, apresenta uma dicotomia preocupante em relação à subsistência de seus membros. De um lado, temos os policiais da ativa, que, além de seus soldos, contam com mecanismos legais como a Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar (Dejem) e a possibilidade de atuar como Delegada de Polícia Civil, ampliando seus rendimentos de forma transparente e regulamentada. Essas ferramentas são cruciais para complementar o salário base, que muitas vezes não é suficiente para as demandas financeiras de uma família, especialmente em um estado com alto custo de vida como São Paulo.
No entanto, a realidade dos veteranos da Polícia Militar pinta um quadro dramaticamente diferente e, infelizmente, mais sombrio. Após anos de dedicação, sacrifícios e, muitas vezes, enfrentando riscos iminentes em defesa da sociedade, esses homens e mulheres são deixados à margem, à mercê da própria sorte. Longe dos holofotes e desprovidos dos mesmos amparos legais que os ativos, muitos veteranos se veem compelidos a buscar alternativas para garantir sua subsistência.
Essa busca, infelizmente, frequentemente os empurra para a perigosa fronteira da informalidade. São os "bicos" clandestinos, labutas desprotegidas e muitas vezes arriscadas, que se tornam a única saída para complementar pensões e aposentadorias que, por vezes, não suprem as necessidades básicas. Estamos falando de policiais, treinados para a ordem e a lei, agora sujeitos a ambientes de trabalho sem garantias, sem direitos trabalhistas e, o mais grave, arrisgando suas vidas em atividades que, paradoxalmente, podem colocá-los em situações de vulnerabilidade ou até mesmo em desacordo com os princípios que um dia juraram defender.
A ausência de um programa robusto e legal de apoio aos veteranos da PMESP não é apenas uma falha institucional; é um problema social e de segurança pública. Ao negligenciar aqueles que dedicaram suas vidas à proteção da população, o Estado não apenas desampara seus heróis, mas também pode criar um ciclo vicioso de informalidade e insegurança. É imperativo que se reflita sobre essa disparidade e que sejam criadas políticas públicas que ofereçam aos veteranos da Polícia Militar de São Paulo a dignidade, o respeito e o amparo que eles merecem, garantindo-lhes uma vida segura e estável após anos de serviço honroso.
Força e Honra Com Deus no Comando Sempre.
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