Aos Heróis e Heroínas da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

O Valor Incompreendido.

Não deposite suas expectativas de reconhecimento naqueles que jamais sentiram o acre do cheiro da pólvora impregnando as narinas ou o calor intenso das chamas dançando ao seu redor. Eles não podem compreender a natureza visceral do seu sacrifício, a adrenalina cortante que precede o perigo, ou o peso das decisões tomadas em frações de segundo sob a pressão extrema.

Para aqueles que nunca enfrentaram o rugido ensurdecedor de um incêndio consumindo vidas e patrimônios, ou a tensão palpável de um confronto onde a linha entre a vida e a morte é tênue como um fio, suas ações permanecerão envoltas em uma névoa de abstração. Suas palavras de agradecimento podem soar vazias, desprovidas da genuína compreensão do que realmente significa estar na linha de frente, onde o medo é companheiro constante e a coragem, a única armadura.

Não se frustre com a falta de empatia daqueles que observam de longe, em segurança e conforto. O reconhecimento que verdadeiramente importa reside na certeza do dever cumprido, na consciência tranquila de ter feito a diferença, mesmo que o mundo ao seu redor não compreenda a dimensão do seu esforço.

Busque o reconhecimento nos olhares de alívio daqueles que foram resgatados, no silêncio respeitoso dos companheiros de farda que compartilham o mesmo juramento e os mesmos riscos. Eles sabem o preço da sua dedicação, a abnegação que permeia cada ação.

Portanto, siga em frente com a convicção de quem conhece o peso da sua missão. O valor do seu trabalho transcende a superficialidade do reconhecimento alheio. Ele se manifesta na proteção da vida, na preservação da ordem e na coragem de enfrentar o perigo onde outros recuam. E isso, por si só, é a mais genuína forma de reconhecimento.

Deus no Comando Sempre. 

Teóphilo.